domingo, 16 de outubro de 2011

Projeto - Descobrindo Pequenos-Grandes Compositores do CEMPRE

Olá professores e colegas! Quero compartilhar o relato destas aulas de música que ocorreram entre agosto e setembro deste ano no CEMPRE! Leiam! e Comentem! E descubram mais ainda o quanto essas crianças são grandes artístas!

Projeto - Descobrindo Pequenos-Grandes Compositores do CEMPRE - Parte 1

Estas aulas que compuseram boa parte dos meses de agosto e setembro foram um resultado de muito trabalho e empenho dos professores, alunos e pesquisador. No começo, confesso que fiquei com um pé atrás, mas sabendo da necessidade de trabalhar a criação em música, aceitei o desafio.
Nas primeiras aulas não determinei alguma forma ou estrutura para que os alunos começassem o trabalho mas tinha a idéia de que os mesmos deveriam anotar as notas da música e no final de cada aula eu gravava a composição de cada grupo para que pudessem lembrar na semana seguinte. Uma grande dificuldade foi o estabelecimento de quatro grupos em cada sala. Como os alunos não tinham muita prática de trabalhar em grupo, houve muita resistência e conflitos, mas com a ajuda do professor da sala fomos trabalhando os valores de respeitar a opinião de cada um e de ouvir a idéia de todos. Eles ficaram um pouco perdidos, sobretudo na organização. Percebi então que era necessário um acompanhamento muito próximo e aprofundado de cada grupo.
Tudo era novo. Os xilofones, os metalofones, o trabalho em grupo, a composição...mas é incrível como se insistirmos e tivermos amor e boa vontade no que fazemos, as coisas podem dar certo. Desde o começo deixei claro para os alunos que iríamos gravar as composições e que por isso teriam que se empenhar. O desafio foi aumentando nas aulas seguintes, e não conseguiria realizar um trabalho tão grande, significativo, maravilhoso sem a ajuda dos professores e empenho dos alunos. Ficamos juntos nesses quase dois meses trabalhando muito duro.
Nas aulas seguintes percebi que era preciso determinar pelo menos no começo, uma estrutura para os alunos se guiarem.
Como sempre digo. Planejamento e Organização são 40% do trabalho. Fiz uma folha padronizada com espaço para quatro frases de oito notas, e também com espaço para o nome da composição e dos compositores. Sendo assim, pude acompanhar cada grupo juntamente com o professor de sala ajudando a se organizarem. É importante dizer que em nenhum momento eu falei para eles que notas deveriam usar. Mesmo quando pediam uma sugestão. Eu ajudava muito, mas na organização. Em como deveriam se organizar e dividir as tarefas. Atento também ao ritmo de cada grupo, pois era necessário que as salas caminhassem em uma mesma velocidade. Aos poucos, os problemas de relacionamento foram ficando menos freqüentes, os alunos já chegavam à sala dispostos nos seus grupos e já sabiam o que tinham que fazer: continuar a composição. Deixei claro para eles que como conseguiram improvisar tão bem, conseguiriam compor melhor ainda. Pois a improvisação coloca a sua criatividade ao pé da letra, da maneira mais pura possível. Na hora. Sem pensar muito. Porem a composição seria mais tranqüilo. Teriam a oportunidade de refletir e de realizar ajustes necessários em suas obras.
E o trabalho seguia, e sempre ao final de cada aula, gravava no celular o resultado final de cada grupo. Com o tempo os alunos apenas de olharem para as folhas, lembravam de sua própria melodia! Isso foi incrível! Com o tempo eles não precisavam mais que eu mostrasse a música no celular para lembrar! Apenas olhando as notas eles já lembravam. Foi muito gratificante e emocionante ver a capacidade deles. Surpreendi-me demais, assim como os professores. Os alunos eram extremamente críticos com suas composições.
O companheirismo, a organização, o surgimento de novas lideranças e novas descobertas por cada um dos alunos foi fantástico. Foi um trabalho muito grande junto com os professores. Fizemos questão de passar em cada grupo e fazer com que todos os alunos tivessem opinado. E eu coloquei uma condição: todos os integrantes do grupo teriam de aprender a música inteira. Foi maravilhoso! Ver os alunos, em cada grupo, que brigavam no começo, que não queriam se falar por brigas no grupo, que não aceitavam a idéia do outro, acolhendo aquele que não sabia a música, ensinado-o, trazendo para junto do grupo. Foi incrível ver alunos que eram tidos como bagunceiros se empenharem tão avidamente com respeito e companheirismo nas composições. Não cansarei de dizer o quanto presenciar isso foi importante. Queria que os pais pudessem ver o quanto seus pequenos compositores são capazes de aprender, de criar, de evoluir, de desenvolverem valores, de superar as diferenças para que um ideal maior fosse alcançado. Foi uma das maiores experiências da minha vida e posso dizer de peito aberto sem medo de ser demagogo que tenho muito orgulho dos meus alunos, que aprendi demais com os pequenos. Com essas aulas criamos uma relação muito forte, pois foi muito difícil o dia-dia. Ajudar a vencer as diferenças e trabalharem em grupo!
No próximo relato, poderei dizer como foram os dias das gravações, o acréscimo de mais instrumentos e a finalização deste trabalho com alunos orgulhosos de verem suas obras gravadas! Também postarei aqui os vídeos com as composições e as fotos!

Obrigado! Parabéns aos alunos, aos professores e ao CEMPRE.

Alexandre de Moraes

Um comentário:

  1. tô esperando o próximo relato, hein... obrigada pela sua dedicação! ótimo trabalho!

    ResponderExcluir